15 de janeiro de 2021

Caos econômico, social e sanitário poderá levar a impeachment

A tendência é a de que os investidores abandonem o país, o mercado de trabalho se contraia ainda mais, o número de desempregados suba drasticamente e a violência cresça e se espalhe por todo o Brasil

A crise econômica, social e sanitária pela qual passa o Brasil desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República poderá levar o país ao caos nos próximos meses. Isso por causa da falta de habilidade do atual governo em lidar com o novo coronavírus, o que está provocando o prolongamento e agravamento da pandemia, e por causa da ineficiência da política ultraliberal de corte de investimentos praticada pela atual equipe econômica. A tendência é a de que os investidores abandonem o país, o mercado de trabalho se contraia ainda mais, o número de desempregados suba drasticamente e a violência cresça e se espalhe por todo o Brasil.

O processo de saída dos investidores estrangeiros do país ganhou um capítulo triste nessa segunda-feira (11) quando a montadora de automóveis Ford anunciou que vai encerrar a produção de carros no Brasil, fechando as fábricas em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). A Ford está presente há mais de um século no Brasil.

Segundo a montadora, os veículos comercializados no país passarão a ser importados, principalmente das unidades de Argentina e Uruguai, além de outras regiões fora da América do Sul. Durante o anúncio, a Ford informou que 5.000 funcionários serão demitidos no Brasil e na Argentina.

Importante lembrar que a Ford anunciou seu maior investimento no Brasil em 2009, durante o governo do ex-presidente Lula. Nada menos do que R$ 4 bilhões.

Mas a Ford não está só. A fuga de investidores estrangeiros da bolsa de valores brasileira representou uma saída de R$ 87,5 bilhões em capital externo do mercado acionário nacional apenas entre janeiro e setembro de 2020. A saída de capital estrangeiro havia ficado em R$ 44,5 milhões em 2019 — a maior fuga até então desde o início da série histórica da Bolsa, em 2004.

Bando do Brasil

Além da fuga de capital estrangeiro, o governo também promove o desinvestimento contribuindo para o enfraquecimento da economia e o desemprego. O Banco do Brasil (BB) anunciou, também nessa segunda-feira (11), o fechamento de 361 unidades de atendimento e demissão de 5.000 funcionários.

Das 361 unidades que serão fechadas, 112 são agências. Há também encerramento de atividades em 242 postos de atendimento e 7 escritórios. Além disso, o BB vai converter 243 agências em postos de atendimento.

A taxa de desemprego no Brasil foi de mais de 14% nos últimos meses de 2020, atingindo mais de 14 milhões de pessoas. “A tendência é que ela cresça muito agora em 2021 porque este governo não tem nenhum projeto de desenvolvimento para o país. Não existe política industrial, nem de valorização dos salários. Sem contar o desprezo com a política de controle de preços. Eles só sabem promover corte de investimentos e o desmonte das políticas públicas conquistadas nos últimos anos”, comentou o diretor de imprensa do Sindsep, Eduardo Albuquerque.

Cesta básica

Enquanto o número de desempregados aumenta no país, os preços das mercadorias, principalmente alimentos, sobem drasticamente. No ano de 2020, o preço de produtos que compõem a cesta básica sofreu aumento em todas as capitais do país. As maiores altas foram registradas em Salvador (32,89%) e Aracaju (28,75%). Com base na cesta mais cara, que em dezembro foi a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo brasileiro necessário deveria ser equivalente a R$ 5.304,90, o que corresponde a 5,08 vezes o mínimo vigente até o 31 de dezembro ( R$ 1.045,00).

Gás de cozinha

Já o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito do Petróleo (Asmirg), Alexandre Borjaili, estima que o preço do gás de cozinha vendido aos brasileiros pode bater a casa dos R$ 150 neste ano.

Impeachment

Além de contribuir para o caos econômico, o presidente Bolsonaro é responsável direto pelo descontrole da crise sanitária que assola o país. Por isso, começa a ganhar fôlego a discussão sobre a abertura de um processo de impeachment. A OAB, considerada a principal entidade que poderia desencadear o processo, já debate internamente o tema, mas considera que seu andamento depende da pressão popular e do povo nas ruas.

Com informações do Sindsep-PE

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