17 de julho de 2020

Covid-19 já atingiu 173 mil profissionais de saúde no País, vítimas da pandemia

Dados do e-SUS Notifica englobam 53 categorias de profissionais de saúde. Rede Sindical Brasileira UNISaúde cobra de empresas e governos medidas para proteger a saúde e a vida desses trabalhadores

Dados do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostram que a Covid-19 atingiu mais de 173 mil profissionais de 53 categorias da saúde, o que demonstra que os governos, tanto federal quanto estaduais e as empresas do setor, ainda não tomaram medidas efetivas para minimizar os riscos à saúde e à vida dos trabalhadores na linha de frente na pandemia.

 

A Rede Sindical Brasileira UNISaúde e suas entidades afiliadas têm cobrado, desde o início da pandemia, a testagem a cada 15 dias de todos os trabalhadores da saúde, incluindo os assintomáticos, bem como o fornecimento gratuito de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e a clareza na destinação e gestão dos recursos prometidos ao combate da maior crise sanitária de todos os tempos. Inclusive, em março, aUNISaúde encaminhou ofício ao governo federal cobrando tais medidas, para as quais não obteve resposta até hoje.

 

A divulgação do boletim do MS, em 06 de julho, ocorre dias após o presidente Jair Bolsonaro ter vetado o uso obrigatório de máscaras em presídios, templos religiosos, órgãos públicos e outros locais fechados para reunião de pessoas, uma atitude que coloca em risco não só esses trabalhadores, como toda a população.

 

Conforme informações do boletim para os casos de Síndrome Gripal (SG), com base em dados do e-SUS Notifica, os técnicos e auxiliares de enfermagem lideram a lista dos infectados confirmados, com 59.322 casos, seguidos de enfermeiros (25.777) e médicos (19.696). Já na lista dos enquadrados em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são 248 técnicos ou auxiliares de enfermagem com Covid-19 confirmada, 130 enfermeiros e 150 médicos.

 

Ainda segundo o mesmo boletim, nos casos de SRAG com Covid-19, faleceram até aquela data 58 técnicos e auxiliares de enfermagem, 13 enfermeiros e 24 médicos. Os números, no entanto, estão aquém da realidade.

 

Dados do Observatório da Enfermagem do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) demonstram que, só no universo dos profissionais de enfermagem, foram registrados 249 óbitos até o dia 09 de julho. Enquanto isso, informações de entidades médicas mostravam que o número de médicos mortos era de 171 até aquela data.

 

Por essa razão, aRede Sindical Brasileira UNISaúde e suas entidades afiliadas – a maioria delas representantes de enfermeiros e técnicos ou auxiliares de enfermagem – repudiam com veemência os vetos do presidente à Lei nº 14.019, de 02 de julho de 2020, que obriga a utilização de máscaras em espaços públicos, transportes públicos – incluindo táxis -, carros de aplicativos e aviões.

 

Além de vetar a obrigatoriedade do uso de máscaras em alguns locais fechados, ele também retirou a exigência de estabelecimentos comerciais fornecerem gratuitamente máscaras aos seus funcionários, assim como desobrigou o poder público de fornecer equipamentos de proteção à população vulnerável, medidas que colocam toda a população em risco.

 

“É completamente irresponsável a postura do presidente que, na maior crise sanitária de todos os tempos, veta o uso de máscaras em locais fechados, indo contra a corrente do que apregoam os principais organismos internacionais, como a OMS (Organização Mundial da Saúde)”, criticou Márcio Monzane, secretário regional da UNI Américas.

 

A UNISaúdecontesta ainda o Decreto 14.023, de 08 de julho, que determina a adoção de medidas imediatas para preservar a saúde e a vida desses profissionais, garantindo o fornecimento gratuito de EPIs tanto por parte do poder público quanto das empresas, além de terem prioridade no diagnóstico da Covid-19. Mas, segundo Monzane, o decreto não determina como isso deve ser feito, o que torna seu efeito “muito vago”.

 

Medicamentos

 

A Rede Sindical Brasileira UNISaúde e suas afiliadas alertam ainda que, até o momento, não há medicamento nem vacina capaz de combater ou prevenir contra a Covid-19. Por isso, tanto profissionais de saúde quanto a população devem seguir o que apregoam as principais organizações internacionais de saúde, como a OMS.

 

Por ora, só há três formas de evitar o contágio do coronavírus: uso de máscaras; higiene, principalmente das mãos; e o isolamento social. O tratamento adequado aos pacientes infectados deve ser indicado pela equipe médica com base na ciência. Não há, até o momento, nenhum fármaco comprovadamente eficaz no tratamento ou prevenção da infecção por Covid-19, especialmente em casos leves e moderados.

 

O alerta vem a público dias após o presidente Jair Bolsonaro, que disse estar com Covid-19, ter declarado estar fazendo tratamento com hidroxicloroquina associada à azitromicina, remédios para os quais não há evidenciacientífica, segundo a própria OMS, de que sejam eficazes no tratamento da doença.

 

Sobre a Rede Sindical Brasileira UNISaúde:

 

Rede Sindical Brasileira UNISaúde é composta de entidades sindicais brasileiras que atuam na área da saúde, abarcando várias centrais sindicais localizadas em múltiplos estados e regiões do país. A Rede foi formada sob a égide da UNI Américas, a federação internacional de sindicatos da saúde privada nas Américas.

 

Abaixo, confira a lista de federações e sindicatos da área de saúde que fazem parte Rede Sindical Brasileira UNISaúde:

UNI Global Union

Sindsaúde ABC

Sindisaúde Passo Fundo e Região RS

Sindicato da Saúde de Apucarana e Região

Sindicato dos Enfermeiros da Bahia

Sindicato da Saúde da Bahia

Sindicato da Saúde de Belo Horizonte e Região

Sindicato da Saúde de Campo Mourão

Sindicato da Saúde de Cornélio Procópio e Região

Sindicato da Saúde de Curitiba e Região

Sindicato da Saúde de Foz do Iguaçu e Região

Sindsaúde Guarulhos e Região

Sindicato da Saúde de Irati e Região

Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul

Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro

Federação dos Empregados em Serviços de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul

Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP)

Sindicato da Saúde de Toledo

Sindicato da Saúde de Umuarama e Região

 

Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo

Sindicato da Saúde de Araçatuba e Região

Sindicato da Saúde de Bauru e Região

Sindicato da Saúde de Campinas e Região

Sindicato da Saúde de Franca e Região

Sindicato da Saúde de Jau e Região

Sindicato da Saúde de Piracicaba e Região

Sindicato da Saúde de Presidente Prudente e Região

Sindicato da Saúde de Ribeirão Preto e Região

Sindicato da Saúde de Rio Claro e Região

Sindicato da Saúde de Santos e Região

Sindicato da Saúde de São José do Rio Preto e Região

Sindicato da Saúde de São José dos Campos e Região

 

 

 

Escrito por: UniGlobal Américas

Adriana Cardoso

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