22 de junho de 2020

Em ato na orla de Maceió, profissionais da saúde chamam a atenção para a negligência do governo federal ao combate à Covid-19 e exigem melhores condições de trabalho

Ato foi realizado em praticamente todos os estados do Brasil e faz parte da ação dos Médicos e Médicas pela Democracia; CNTSS também faz parte das entidades que organizaram a manifestação

Médicos/as, enfermeiros/as, pssicólogos/as e diversas outras categorias dos profissionais da saúde realizaram um ato de protesto na Praia da Avenida (Jaraguá), em frente à Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), em Maceió neste domingo. O movimento chama a atenção da população e das instituições para as mortes evitáveis e para a negligência do governo federal frente à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Além disso, o ato também é em defesa do SUS e em solidariedade às famílias, amigos e colegas profissionais de saúde que morreram pela Covid-19.

Pelo menos 50 cruzes pretas foram colocadas na areia da praia, simbolizando os quase 50 mil mortos por Covid-19 no Brasil. O protesto ocorre simultaneamente em diversas capitais brasileiras.

O ato procurou não promover aglomeração, atuando com uma manifestação pacífica. Os profissionais que participaram do ato foram orientados sobre a utilização de equipamentos de proteção, distanciamento e atenção ao próprio estado de saúde.

O ato é organizado pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), a União Nacional dos Auditores do SUS (Unasus) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS)

Veja abaixo as 11 razões para a manifestação, dentre elas o repúdio às “declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho”. Veja abaixo:

  1. Em solidariedade às famílias, amigos e colegas de profissionais de saúde que morreram por COVID-19;
  2. Para alertar que a maior parte das mortes por Covid-19 em nosso país são evitáveis, caso o Governo Federal não tivesse uma posição genocida frente à pandemia;
  3. Contra a intervenção militar do Ministério da Saúde, que vem comprometendo sobremaneira o trabalho técnico frente à pandemia;
  4. Contra as declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho;
  5. Contra o silêncio e cumplicidade das entidades médicas, especialmente o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), frente às posições do Governo Federal. Além disto, nem mesmo nos sítios eletrônicos dessas entidades conseguimos saber quantos e quais os colegas médicos perderam a vida;
  6. Por segurança no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde. Demandamos mais Equipamentos de Proteção individual (EPI), e a reorganização de processos de trabalho, por gestores na saúde pública e empresas de saúde, que possibilitem menores impactos da exposição à doença ou ao stress produzido pela pandemia;
  7. Pelo apoio a Campanha Leitos Únicos – Vidas Únicas, que garanta para toda a população fila única de acesso às UTI a partir do SUS, tanto nos serviços públicos como na saúde suplementar;
  8. Pelo aporte adequado de financiamento do Sistema Único de Saúde. Pela supressão da Emenda Constitucional 95 (EC- 95), que congela gastos em saúde pública por 20 anos. O SUS salva vidas!!!
  9. Vidas Negras Importam – total solidariedade à população negra de nosso país, maioria do povo brasileiro, minoria nos espaços de representação institucional e que vem sofrendo especialmente junto às áreas de maior vulnerabilidade social os impactos da pandemia em curso;
  10. Contra a Portaria MEC nº 544, de 17 de junho de 2020, que estabelece a possibilidade da realização de estágios curriculares dos cursos da área de saúde em caráter on line e de forma remota. Além do descaso com as medidas de saúde pública, o Governo Federal vem reforçando seu descaso também com a educação de qualidade e com a formação dos profissionais da área da saúde com mais um ataque;
  11. Contra a perseguição de quadros técnicos do Ministério da Saúde, frente às denúncias que vem sendo vigiados nas redes sociais e na vida privada após a intervenção militar em curso do Ministério da Saúde, remontando práticas dos tempos de arbítrio que o país viveu em períodos ditatoriais.

 

Clique aqui e leia o Manifesto completo

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